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Ana Clara e Evelyn começaram o relacionamento durante a pandemia e viram suas percepções sobre compartilharem momentos mudar diversas vezes: primeiro, viviam entre as chamadas de vídeo do Zoom, assistiam séries dando play no mesmo instante; depois, começaram a se encontrar no condomínio em que Ana mora, com cuidados e apenas na parte externa, mas planejavam a vida voltando ao normal, faziam lista do que gostariam de realizar quando desbravariam a cidade juntas. E, hoje, ficam muito felizes em perceber que já fizeram várias coisas, mesmo que sem planejar tanto: caminham pelo Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, vão aos seus restaurantes favoritos, visitam amigas e se encontram com frequência. 

 

Para Evelyn, amar é se sentir confortável ultrapassando uma barreira do medo. Por isso, elas constroem espaços na relação que sejam adaptáveis para que se sintam bem. Gostam desse amor que sentem fluir diariamente. E, além disso, fazem questão de mostrar que são um casal - acreditam que isso é muito importante enquanto uma forma política de ser, mesmo que tomem muito cuidado com a sua segurança. 


 

No momento da documentação, Ana estava com 24 anos. Ela trabalha enquanto psicóloga e segue em constante estudo. 

 

A Evelyn também estava com 24 anos e atualmente trabalha enquanto designer de interiores no Rio de Janeiro. 

 

Sobre seus gostos em comum, elas chegam com uma curiosidade: as duas são apaixonadas por Titanic. Segundo a mãe de cada uma, tudo isso aconteceu porque, quando estavam grávidas, elas foram ao cinema assistir o filme. Então acreditam que desde a barriga gostaram do filme e, até hoje, se emocionam e assistem inúmeras vezes. 

 

No dia a dia, adoram frequentar restaurantes, beber vinho, viajar e ficar na casa dos amigos enquanto eles viajam - inclusive, cuidam muito bem dos lares, imaginando o momento que terão os seus cantinhos. 


Em 2017, numa coincidência de um amigo em comum levar a Ana no aniversário da Evelyn, elas se conheceram - mas não interagiram e não lembram muito desse dia. Foram se conhecer pela segunda vez (e interagir de verdade), efetivamente, já em 2018, quando o mesmo amigo convidou ambas para uma confraternização de pré-natal. 

 

Como ambas moram numa região mais distante do Rio (mesmo que próximas uma da outra) e a confraternização era por perto, elas toparam na hora! Chegando lá, se divertiram bastante, interagiram e jogaram cartas, videogame etc. Conversaram muito, trocaram várias ideias, um interesse até tentou surgir, mas nada foi cogitado quando a Ana descobriu que a Evelyn estava namorando. 

 

O tempo passou, elas se seguiram no Instagram, mas nunca mais interagiram. Em 2019 se viram duas vezes, mas sem grandes interações. Até que no fim do ano a Evelyn já estava solteira e perguntou para o amigo sobre a Ana - ele não perdeu tempo, sabendo do interesse mútuo, foi correndo contar. Ela reagiu com um áudio dizendo que era a notícia que ela precisava, que ela estava contente, com o astral lá no alto, etc. E nesse momento a Ana achava que a Evelyn sabia que ela tinha interesse, mas não, a Evelyn não fazia ideia (e também não tinha recebido o áudio através do amigo).


Nos primeiros meses de 2020 elas não conseguiram se encontrar, então a pandemia de Covid-19 começou e, com isso, aconteceu um boom de chamadas online. Todos marcaram conversas em grupo, faziam coisas juntos e por mais que elas não conhecessem todas as pessoas na chamada, topavam entrar, interagiam e passavam horas conversando.

 

Assim, foram realmente se aproximando: assistiam séries online juntas, faziam chamadas de horas e conversavam até tarde. 

 

Um tempo depois, a Evelyn precisou começar a sair para trabalhar e no dia do aniversário da Ana ela tinha um cliente no mesmo condomínio que a Ana morava. Decidiu levar um presente, fez uma caixinha com coisas que a Ana gostava e levou até a portaria do prédio dela. A fita, que enrolava a caixinha, nas cores do arco-íris, é usada por elas até hoje em todos os presentes. 

 

Ela chegou para deixar na portaria, mas não conseguiu: a Ana teve que descer e assim se encontraram pela primeira vez após a aproximação. Super nervosas e a Ana surpresa com o presente. 



 

Um tempo depois, decidiram se encontrar novamente no condomínio, caminhar por lá e aproveitar o dia. Depois que o encontro deu certo, começaram a repetir diversas vezes na semana: compravam vinho, sentavam na grama e assistiam séries, conversavam sobre a vida ou só caminhavam juntas. 

 

Um tempo depois, a Evelyn conheceu as duas melhores amigas da Ana. Elas foram até Copacabana, o lugar onde elas moram, e ficaram lá uma noite. Esse apartamento se tornou como um refúgio para a Evelyn e a Ana, porque é lá que elas passam diversos dias e, as amigas, agora formam uma família. 

 

Em outubro de 2020, num desses encontros no condomínio, Ana pediu a Evelyn em namoro. Relembrando o início, dão muito valor por esse namoro ter começado assim, com muita conversa, aos poucos, se permitindo o envolvimento, num ritmo totalmente diferente do que já vivenciaram: sem muito do convívio social porque a pandemia não permitia, algo muito mais íntimo.


Hoje em dia, por mais que tenham rotinas bastante cheias e nem sempre conseguem se encontrar, tentam manter os hábitos iniciais: de se ligar todos os dias e assistir coisas juntas de forma online. 

 

Além disso, também fazem viagens juntas e ficam na casa das amigas em Copacabana. Nessas idas, elas acabam vendo o nascer do sol, por ser perto da praia: adoram o silêncio desse momento da manhã, são pessoas bastante diurnas e comentam que gostariam de aproveitar isso com mais segurança. 

 

Nas viagens, sempre que perto da praia, tentam ver o nascer do sol. É algo que faz parte delas e dos momentos preferidos que vivem juntas. 

 Ana Clara 
 Evelyn 
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