top of page

Clara e Laura, por mais que estejam há pouco tempo juntas, entendem que já passaram por muitas coisas. Seja pelo fato de que vivem a grande maioria dos dias na casa da Clara, ou por serem muito dispostas uma para a outra, acabam todos os dias topando diversos eventos diferentes, desde que estejam juntas.

 

É na rotina que criaram que Laura entende o que é o amor. Quando lembra de ter se assumido durante o período que estão juntas, também reflete que foi ali que se permitiu viver detalhes cotidianos: dormir e acordar com quem se gosta, compartilhar o dia com a família, sair com os cachorros para passear sem medo e receio de que alguém pudesse ver… São coisas muito simples, porém que não poderia viver antes, e hoje em dia encontra seu sentido de amor no cotidiano.

 

Clara complementa que para além dos fatos diários, tem o ponto chave para ela: o cuidado. Elas cuidam muito uma da outra e de quem amam: sejam os amigos, a família, os bichinhos, o curso que estudam na faculdade. Tratam tudo com muito cuidado, até mesmo nas palavras, e é no carinho que uma demonstra pela outra ao ter cuidado que enxerga o amor. 

=
 

Laura, no momento da documentação, estava com 20 anos. Ela estuda Relações Internacionais na PUC-Rio, é carioca, adora ler e escrever. 

 

Clara, no momento da documentação, estava com 22 anos. Ela também é carioca e estuda Psicologia na PUC-Rio, se forma esse ano e está completando o estágio na clinica social da universidade. Clara também ama escrever, já lançou até um livro, mas hoje em dia se vê um pouco distante do hobbie, pretende voltar.

 

Ambas são muito próximas das suas famílias, contam que suas mães são as maiores amigas e inspirações que possuem e admiram tudo o que já foi conquistado por elas. E hoje em dia, como ambas as mães sabem sobre suas relações, gostam bastante de conviver em família.


=

 

Laura gosta de pensar que a história delas é dividida em duas partes: uma da qual elas não se encontravam mesmo estando nos mesmos lugares durante meses (e tendo amigos em comum/vivendo situações em comum) e outra em que elas finalmente se encontram e começam a se envolver. 

 

A primeira vez que se esbarraram foi nos jogos universitários, que aconteceram no interior do Rio de Janeiro. Ambas fazem parte de atléticas dos seus cursos e, lá, durante os dias de jogos, se viram na arquibancada pela primeira vez. 

 

Até esperaram se encontrar nas festas que tinham no fim do dia, mas não aconteceu. Voltaram para o Rio sem ao menos conversar. Laura achou o perfil da Clara nas redes sociais e adicionou - enquanto Clara achou que era apenas uma menina hétero com amigos em comum e aceitou.


=
 

Um tempo depois, com suas vidas seguindo rumos bem distintos, começaram a conversar através do Instagram. Enquanto o tempo foi passando Clara já tinha entendido que a Laura era uma mulher que se relacionava com outras mulheres e que estava solteira, foi quando começou a demonstrar interesse. 

 

Passaram muito tempo conversando e não conseguiam se encontrar: quando uma chegava na faculdade a outra estava saindo, nas festas de universidades quando uma estava a outra não ia, e assim seguiram até que um dia Clara chamou a Laura para um date. Ela topou, mas novamente não conseguiram se encontrar por imprevistos no dia e o tempo foi passando. 

 

Clara brinca sobre o quanto é uma pessoa emocionada e apegada, então mesmo sem encontrar a Laura já sentia corações saindo dos olhos… Os amigos, por sua vez, orientavam: “Tenha calma!”, mas quando ela percebia já estava se deixando levar novamente.

 

Foi quando marcaram de sair em uma confraternização dentro da própria faculdade. Havia muita gente, estava um tanto quanto caótico, mas junto com todos os amigos (que já sabiam da existência uma da outra, de tanto que conversavam), conseguiram se encontrar e tiveram o primeiro beijo.

=
 

Desde que se beijaram pela primeira vez, seguiram conversando. No dia seguinte, Clara mandou uma foto que tiraram juntas para a Laura e marcaram de se reencontrar na próxima semana. 

 

Numa quarta-feira foram beber cerveja em um bar qualquer, depois viram o jogo do Flamengo e seguiram numa sequência de fechar bares até às 4h da madrugada. Sentiam que não queriam se separar, encerrar a noite: queriam ficar juntas.

 

Antes do encontro ficaram com muito medo de uma falar demais, a outra ser tímida, mas eram duas tagarelas e acreditam que se dão até melhor por conta disso: quando uma está quieta é porque tem algo errado.

 

E entender o que está errado nesses momentos também é um novo desafio. São pessoas que se veem entre muitos diálogos, sentem as coisas de forma parecida, mas desejam cada vez mais um relacionamento comunicativo, que entende seus tempos, dores e individualidades. 

=

Fizemos as fotos na casa da Clara e também numa rotina que as representa muito: sair com os cachorros. E, dentre o encontro, outros detalhes estiveram presentes também: como os símbolos da lhama e do pato, animais que representam suas atléticas, e que acompanharam nos pedidos de namoro e escritas na parede da casa. 

 

Hoje em dia planejam viagens, gostam de misturar os amigos (que viraram um grupo só) e também de ficar em casa, comendo e assistindo filmes e séries. São mulheres muito dispostas, desde acordar cedo para tomar café uma com a outra antes dos seus afazeres começarem, a vivenciar coisas que nunca imaginaram só pela alegria de estarem juntas. 

 Laura 
 Clara 
bottom of page