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Maria e Bárbara enxergam o relacionamento como um grande divisor de águas: no começo, tinham muito medo de se relacionar. Os traumas, as inseguranças… tudo se misturava e acrescentava para que não quisessem um novo relacionamento. Não achavam justo começar algo se o passado ainda não havia curado. Aos poucos, foram tentando e acontecendo naturalmente. Acreditam que a amizade e o cuidado agiram curando os traumas de forma que nem sabiam que era possível e até mesmo quando os gatilhos eram despertados elas tomavam à frente e tentavam ter o máximo de cuidado uma com a outra.

 

Por mais que se entendam enquanto pessoas muito diferentes, que possuem realidades, estilos e vidas diferentes, se encontram a partir dos propósitos que possuem em comum. Maria conta que desde o começo entraram de cabeça uma nos planos da outra e não se veem mais distantes, se incluem em absolutamente tudo. Compara-se frequentemente aos seus pais ou suas tias que possuem longos relacionamentos e amizades, sentindo que está desde já criando as próprias memórias com a Babi. Desejam ficar juntas de forma duradoura e ficam felizes em ver desde já as memórias iniciais que criam e compartilham. 

Bárbara, no momento da documentação, estava com 23 anos. Ela nasceu no interior de São Paulo, numa cidade chamada Espírito Santo do Pinhal, mas mora na Bahia há mais de dez anos. Trabalha enquanto modelo, é artista e babá. Também faz curso de enfermagem e quer muito ser doula - agora que a melhor amiga está grávida, finalmente está investindo nesse sonho que acabava deixando de lado.

 

Maria, no momento da documentação, estava com 27 anos. Ela é do sul da Bahia, foi morar em Salvador há alguns anos e atualmente mora em Abrantes, uma vila em Camaçari, região metropolitana de Salvador e mesmo lugar onde a Babi reside. Maria trabalha como professora de inglês. 

 

Quando já estavam juntas, numa época em que nada estava dando certo na vida da Maria, ela procurava apartamentos para morar em Salvador e não achava, então Babi falou sobre apartamentos muito mais baratos e seguros (por ser em condomínios) em Abrantes. Ela cogitou ir, já que nada mais a prendia na cidade grande já que suas aulas eram online, e conseguiu se mudar. Hoje em dia elas moram no mesmo condomínio, em casas diferentes. 


Foi em 2022 que Babi, mesmo nunca gostando de aplicativos de relacionamento, resolveu baixar o Tinder no auge de sua solteirice. Ela estava em Salvador visitando uma amiga e logo deu ‘match’ com a Maria. 

 

Maria mandou um “Oi, tudo bem?”, ela não respondeu e Maria pensou “Nossa, que rude!”... 10 minutos passaram e Babi respondeu pelo Instagram: “Tudo, e aí?". Conversa vai, conversa vem, elas viram pelo aplicativo que estavam muito próximas, descobriram que na verdade era na mesma rua e decidiram se encontrar. Contam que nunca tinham feito isso, estavam com medo de ser um homem e/ou uma pessoa casada, mas no fim deu tudo certo. Bárbara avisou que estava saindo, Maria nem conseguiu se arrumar, abriu a porta e ela já estava lá. 

 

Ficaram com os amigos em casa, tudo foi bem divertido. Conversaram a madrugada toda, só se beijaram na hora de dormir. No dia seguinte estavam pensando que “Ah, foi uma noite legal e só”, mas logo nos próximos dias já se viram, se viram, se viram… E até hoje o maior tempo que ficaram distantes foi no máximo por uma semana.

 

Um mês depois do primeiro encontro o pedido de namoro saiu… e acreditam que justamente pelo tanto que vivem juntas sentem que o tempo de relacionamento parece ser muito maior do que realmente é.  

Hoje em dia, Maria voltou a dar aulas presencial. Estão vivendo mudanças bem legais, adoram cozinhar juntas, fazer coisas artesanais, escrever poemas, tocar instrumentos, ficar com os gatos… Maria conta que vê a Babi como alguém que entrou na vida dela para melhorar tudo. Sua vida deu um salto de qualidade gigantesco.

 

Babi completa que foi recíproco, ambas melhoraram. Maria ajuda ela nas questões familiares, ensina sobre a independência, sobre correr atrás dos seus sonhos e lidar com os pais corujas. 

 

Para Maria, todo amor é uma construção, não é algo que acontece de um dia para o outro. Fala do amor dos pais, o quanto admira-os e o quanto precisou ser reconstruído dia após dia, por exemplo, quando ela se assumiu. Explica que se viu amando quando percebeu que confiava sua vida à Babi, e fica muito feliz que a construção delas tenha acontecido de forma leve, porque são uma para a outra o que sempre foram para os outros e que os outros nunca foram pra elas.

 

Por fim, querem ressaltar que o relacionamento é marcado por “Primeiras vezes” desde que se conheceram, ou seja, sempre possuem primeiras experiências juntas. Como: primeira sessão de fotos, primeira vez viajando juntas, primeira vez que a família conheceu alguma companheira, primeira vez que foram no Festival de Verão de Salvador… e que escolheram ir nos brinquedos para tirarem as fotos porque é um lugar que amam muito, que se sentem felizes e que podem ser quem são de verdade. 

 Bárbara 
 Maria 
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