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Hoje em dia é comum ouvirem o quanto estão diferentes depois do namoro, o quanto amadurecem juntas e recebem bastante apoio dos amigos. Ainda existem algumas questões que entendem que vão melhorar aos poucos e se mostram dispostas a isso. Já enfrentaram questões de LGBTfobia dentro de casa e Maitê comenta que se pudesse mudar algo, mudaria o preconceito. No mais, amam estar juntas, assistir um zilhão de reality shows, jogos, ir ao bar, beber cerveja, estar com o grupo de amigos, e rir à toa de besteiras. 

 

Maitê sente que o amor entre mulheres não precisa necessariamente ser diferente de outros relacionamentos envolvendo homens, mas reconhece que o amor que constrói com a Bela se tornou muito mais completo: a conversa, o carinho, a cama, tudo. No geral, entende que a vida não é um conto de fadas, porque sempre existem muitos desafios, mas que as coisas se encaixam quando se há respeito e carinho.    

Por mais que o começo do namoro estivesse sendo muito confortável, Maitê ainda tinha contato com a ex-namorada e a família dela, então em alguns momentos ainda se balanceava. Sentia que não estava sendo completa na relação com a Bela - que percebia isso também - mas decidiu manter a relação pela paixão que sentia. Bela comentou que há muito tempo não se sentia realmente apaixonada por alguém - e que inclusive, achava que não iria mais se apaixonar novamente - então estava disposta a construir uma relação, passando por cima dos problemas e desafios. 

 

Depois de pensar muito e por mais que a Maitê entendesse que gostava da Bela e do relacionamento delas, optou pelo término. Não era justo estar pela metade na relação, não estava respeitando a sua companheira e nem ela própria. Sentia que estava tudo muito atropelado, não queria acabar sacaneando a Bela a longo prazo, precisava se entender e olhar ao redor, entender a situação toda.

 

Mesmo depois do término elas continuaram conversando e Maitê aproveitou o tempo para pensar, amadurecer um pouco e, mais tarde, decidiram por voltar. A volta significaria diversas mudanças no relacionamento, desde comunicação e escuta mais ativa, até o jeito que elas se preocupavam uma com a outra e se apoiavam. Entendem que esse foi o verdadeiro começo de relacionamento, porque levaram muito mais a sério e com responsabilidade. O período anterior é mais considerado o momento em que elas ficavam, o namoro mesmo aconteceu na segunda parte da história. 

Elas se conheceram no Tinder, em julho de 2019. Bela não estava afim de relacionamentos e queria sair da rede social, foi quando deu match com Maitê (“match não, super like!”). Enquanto Bela queria sair, Maitê estava entrando. Tinha terminado um relacionamento recentemente e queria conhecer pessoas novas. Elas conversaram e decidiram se encontrar, num dia chuvoso, em Botafogo, no Rio de Janeiro.

 

O encontro foi regado a muito atraso por Maitê morar em Niterói e ter enfrentado horas de trânsito. No fim, acabaram curtindo o date e se curtindo também. Dias depois marcaram de se ver novamente. Assim foi passando… fins de semana, casa de amigos… até que quando viram, logo no primeiro mês, estavam bastante juntas. 

 

Sabe aquela história de sapatão que adota gato? Claro, aqui temos. Mas foi a Bela quem adotou, quando estava na casa da Maitê e acharam uma gatinha por lá. Depois de um tempo, Bela entendeu que estava se apaixonando, mas não sabia até que ponto os sentimentos eram recíprocos. 

 

Maitê comenta que também sentia uma certa paixão pela Bela, mas que ainda precisava entender como estava realmente se sentindo após o término do relacionamento que ela teve. Não chegou a viver um momento totalmente sozinha para respirar e processar as coisas, sentia diversas questões internas. Foi um começo complicado e turbulento. 

 

Ambas se viram num momento do qual entenderam que não queriam começar um relacionamento, mas também já estavam muito envolvidas. Maitê se via balançada, Bela acabava se sentindo insegura… e assim se passaram alguns meses, entre ficar e não ficar. O ano virou e antes do carnaval decidiram começar a namorar. 

Quando pergunto o que elas pensam sobre o amor entre mulheres, Bela responde que o amor por si só pode parecer fácil, mas na verdade ele é bastante complicado. Por mais que devesse ser a coisa mais natural do mundo, é algo que precisa ser trabalhado todos os dias. “Amor é não julgar e sim acolher”. 

 

É também uma luta cotidiana. Nós, mulheres, precisamos lutar pelo amor (por amar outra mulher, pelo amor próprio, pelo nosso cuidado)... e nosso amor é diferente justamente pela luta que ele envolve. “Acabamos que nós, por termos lutado para chegar até aqui, damos mais valor. Não terminamos por qualquer coisinha, porque o tempo todo nos entregamos muito. Não precisa ser diferente só por ser alguém do mesmo sexo, mas por entender o caminho que tivemos que enfrentar para poder amar”. 

 

Isabela tem 31 anos, é designer e trabalha na área de UX e marketing digital. Passou um tempo se sentindo travada no design, sem saber que caminho poderia seguir, até que descobriu a área de UX e diariamente cresce estudando e trabalhando.

 

Maitê tem 28 anos, se formou em nutrição e está cursando educação física. Quer trabalhar enquanto personal e sonha em futuramente fazer uma pós voltada à nutrição. É completamente apaixonada por futevôlei, esporte do qual Bela também está aprendendo a amar e se tornou uma das coisas que mais gostam de fazer juntas: assistir (pessoalmente ou na TV), acompanhar os campeonatos e jogar na praia.  

 Maitê 
 Isabela 
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